"Enquanto eu assopro a palma da mão para ver bolhas de sabão fugirem pelo ar,as borboletas que moram em minha alma saem todas para passear."

sexta-feira, 30 de março de 2012

Historinha de amor pra gente grande

 Contam os anjos que às vezes me inspiram que um pouquinho antes de materializar o seu plano de criação da vida humana e se derramar no coração de todas as coisas da Terra, o Senhor Deus Todo Poderoso resolveu repassá-lo, ponto a ponto, pela última vez. E, ao terminar o trabalho, sentiu, bastante surpreso, que ainda parecia estar faltando um detalhe sem nome nem rosto em sua grandiosa obra. Algo que não havia sido contemplado por nenhum dos incontáveis milagres com os quais dotaria o homem e o ambiente que preparava para acolhê-lo e supri-lo em sua jornada evolutiva.
 Como um poeta que ao findar um poema é tocado pela vibração de uma palavra que não foi dita sem conseguir visualizar-lhe as feições, o Senhor Deus intuiu a ausência de uma dádiva no buquê de luzes que ofertaria ao homem para perfumar sua caminhada heróica, que trilharia até tornar-se um mestre das coisas que não passam e reunir-se a Ele numa só consciência criadora.
 O Senhor Deus não sabia que doçura era aquela que reclamava sua amorosa atenção, mas pressentia que se tratava de algo imprescindível. De alguma graça que deixaria uma lacuna em branco em cada história humana, caso não existisse. De mais um dos presentes que bordaria em cada vida com os fios da delicadeza que utilizaria em tudo o que planejava ser forte. Mas o que poderia ser, Ele se perguntava, além das outras tantas ternuras que já havia previsto bordar?
 E o Senhor Deus pensou, pensou, pensou. Relembrou cada detalhe, cada etapa, cada riqueza, pacientemente, com todo o zelo de seu coração criador. Reuniu-se com os mestres que o assessoravam no Plano. Trocou idéias. Ouviu, atento, as sugestões e observações que surgiram. Mas nada do que pensava e ouvia atendia à sua expectativa e se aproximava da resposta que buscava desde que aquela intuição lhe visitara. Que traço, afinal, poderia ainda criar para compor o conjunto das bençãos que desenharia na Terra? Que beleza era aquela que murmurava em seu ouvido sem revelar-lhe o rosto?
 Contam que, como era costumeiro, numa certa manhã o Senhor Deus Todo Poderoso estava distraído no jardim de sua casa, cuidando amorosamente de suas plantas, quando um anjo, muito belo, muito jovem, banhado de luz azul, aproximou-se Dele para transmitir-lhe uma mensagem de um de seus arcanjos, Miguel, o príncipe celeste que comandava seu exército de luz. E que foi no exato instante em que olhou para aquele anjo que o Senhor Deus descobriu o que ainda faltava em seu plano: anjos que o homem pudesse ver, exatamente como Ele podia ver aquele.
 O plano do Senhor Deus previa que seria escolhido para cada pessoa, a partir do momento alquímico de sua concepção, um anjo que iria acompanhá-la em toda a sua trajetória humana, até que devolvesse à Terra a roupa de carne que lhe havia sido emprestada. E, embora se tratasse de um leal companheiro, que iria fortalecê-la, protegê-la e inspirar-lhe, e lhe fosse possível falar com ele e ouvi-lo, em seu coração, o ser humano não poderia vê-lo, a não ser que em algum instante experimentasse um amor tão intenso que conseguisse penetrar na freqüência luminosa onde os anjos moram.
 Para o homem, pensava o Senhor Deus, por mais grandiosa que fosse, aquela dádiva não bastaria. Ele sabia que o ser humano teria dificuldade para lidar com as coisas que chamaria de invisíveis. Que se atrapalharia com tudo o que não pudesse ser tocado com algum dos cinco sentidos que, equivocadamente, acreditaria serem os únicos que possuía.
 O homem precisaria também de anjos que fossem visíveis. Feitos da mesma matéria que ele. Com os quais pudesse brincar com os brinquedos humanos. Crescer junto, aprendendo, ensinando, trocando. Que os olhassem nos olhos e o encorajassem ao próximo passo às vezes sem uma única palavra sequer. Com os quais pudesse compartilhar os sabores, os sons, as visões, as falas e as texturas das coisas da Terra e sonhar com as coisas do céu. Que estivessem ao seu lado nos dias de sol e também lhe estendessem a mão para atravessar com ele o tempo em que as noites se fariam tão escuras que ele começaria a duvidar do amanhecer.
 Sim, continuava a pensar o Senhor Deus, o homem precisaria de anjos visíveis que tivessem em sua vida a mesma bela tarefa do anjo que não podia ver. Anjos que permanecessem em seu caminho quando tudo parecesse ter ido embora. Que acreditassem nele até quando ele próprio se esquecesse quem era. Que quando o cansaço lhe visitasse e os apelos da sombra o convidassem a desistir, desembainhassem a própria espada para lembrar-lhe de que era também um guerreiro. Que emanassem para ele um bem-querer tão puro que fosse capaz de perfumar até o que ainda lhe doesse. Com os quais pudesse rir e chorar, e, sobretudo, ter a liberdade de ser.
 O homem precisaria, sim, de anjos visíveis com sangue nas veias. Que tivessem dor de barriga, mau humor, contas pra pagar, unha encravada, medo, dente de siso para extrair, angústia, raiva, baixo astral, e toda uma séria de chatices humanas que os anjos invisíveis respeitam, mas não experimentam. Com os quais pudesse jogar conversa fora. Torcer por um time. Cantar desafinado. Caminhar na praia. Trocar um abraço. Empanturrar-se de risada e bobó de camarão num domingo grande. Que espelhassem para ele sua porção humana e sua porção divina e lhes fizessem parceria no contínuo exercício de integrá-las durante a viagem. Que pudessem servir de canais para os toques, os puxões de orelha e os carinhos do seu próprio anjo guardião, que, sem fazer ruído algum, trabalharia em sintonia com eles o tempo todo.
 E depois de dividir com aquele anjo inspirador as feições de sua descoberta, contam que o Senhor Deus Todo Poderoso lhe perguntou o seu nome, pois seria com ele que, em gratidão, chamaria o anjo visível que cada pessoa encontraria na Terra.
 E o anjo que inspirou o Senhor Deus, maravilhado com sua bondade, revelou-lhe o seu nome:
- Amigo.

(Ana Jácomo)
Esse texto foi publicado no livro "Parto de Mim", lançado em 2001.

terça-feira, 27 de março de 2012

O PRESENTE

(Marta heloisa)


POR CERTO O OCORRIDO
SERÁ SEMPRE LEMBRADO
MESMO TENDO ESQUECIDO
O QUE NÃO FOI PLANEJADO

A PEQUENA BORBOLETA
NÃO VOAVA EM VÃO
PROCURAVA UMA VIOLETA
PRA FAZER A APARIÇÃO

FOI NUMA ESPREGUIÇADEIRA
QUE ACABOU DANDO O AVISO
E NUMA SIMPLES BRINCADEIRA
ROUBOU-LHE UM SORRISO

NUM CENÁRIO PERFEITO
COM AJUDA DE UM ANJO
LÉA MARIA DEU UM JEITO
E FEZ ESSE ARRANJO

(COMENTÁRIO FEITO POR MIM NO BLOG DO MEU TIO: "80 NA BORBOLETA".
http://jairbarros.blogspot.com.br/2009_09_01_archive.html )

80 na borboleta

30 de setembro de 2009

80 na borboleta

Era uma vez em Petrópolis. Uma tarde como só a cidade de Pedro sabe brindar-nos. A chuva amainara, o frio fugira do sol dadivoso, a natureza engalanada de pássaros em coloridos gorjeios. De repente, uma borboleta atrai nossa atenção. Não pelo tamanho, pequenina, mas pela ousadia de nos interromper o assunto animado e,sobretudo, pelo ziguezagueado insistente em nossa volta na ânsia, por certo, de despertar-nos a curiosidade. Quem descobriu primeiro? José Eduardo, a Paola ou o velho que te convida a partilhar da misteriosa visão? A garota visitante num florido meneio de asas matizadas logo pousou num dos braços da espreguiçadeira da varanda. E num incessante bambolear de asas ofereceu-nos aos olhos a mais misteriosa inscrição em cores salientes, pela natureza pintada em cima e em baixo de cada uma das inquietas asinhas. Num lampejo de tempo, lamentamos o esquecimento no Rio de uma testemunha inequívoca do menos sonhado dos fenômeno: uma filmadora ou máquina fotográfica. Apenas pensamos e mal tentávamos tê-la nas mãos,  para espanto de todos quantos fossem informados do fato, quando retomando o gracioso bamboleio nos deixou a ver não navios, mas bem visível, por sobre e por baixo de cada uma das asas, traçado pelas divinas mãos o número 80, em caracteres grandes e negros!  Dois meses fazia que eu completara 80 anos! Seria mais uma da Léa Maria?
 

domingo, 25 de março de 2012


"A amizade é um amor que nunca morre."
Mario Quintana
O VALOR DO SORRISO
Senhor, não permita jamais que eu me esqueça de sorrir com o coração - e sorrir muito, todos os dias!
Quando raiar o sol e meus olhos se abrirem para a vida, que o sorriso seja a meu primeiro louvor, agradecendo o novo dia que amanhece!...
Em meu lar, que seja ele o precursor da palavra serena e do diálogo amistoso, para que meus familiares, assim como eu, possam iniciar o seu dia entre as melhores vibrações de paz e bom ânimo!
Sem a claridade do riso, tudo é mais triste, sombrio!...
Sem a bênção da alegria, os semblantes são frios e as palavras rudes, qual que imensa desolação envolvesse a todos, negando-lhes desenvoltura e euforia - acompanhantes obrigatórios das determinações felizes!...
Sorrir alivia o coração e desafoga a alma, recolocando harmonia e pacificação no lugar da irritação e do mau humor. Trazer a luz do sorriso no rosto é iluminar estradas e transeuntes, fazendo de seu portador um pequenino imã a atrair simpatia e cooperação...
Aquele que sorri sinaliza o Bem, aonde quer que esteja.
Abençoa-me hoje, Senhor, e faz de mim um foco de alegria a espargir o melhor aos meus companheiros de estrada, para que amanhã, quando eu estiver triste e desanimado, o sorriso que eu despertei nos outros possa ser o remédio salutar que me trará de volta a vontade viver e lutar, porque o sorriso é assim como um raio de luz: embora pequeno transpassa todas as sombras, e onde toca sempre produz calor, alegria e refazimento...
Assim seja!
André Luiz, IDEAL André, 12.03.2003*
O carisma é a expressão da alma. Quando a alma fala, sua essência espiritual e divina se manifesta, e a pessoa brilha, conquista, aparece. É nela que reside sua força e poder. Negá-la é preferir a obscuridade.

Zíbia Gasparetto

Casulos, lagartas e borboletas...

 

Acredito que todos já devem ter ouvido falar em como uma simples lagarta se transforma em uma borboleta!

 

Para nós, biólogos, (sim, porque além de jornalista, sou bióloga. Que chique!) hahaha.

Mas, continuando... Para nós, biólogos, é a evolução da espécie. Uma simples lagarta, que vive rastejando e presa aos galhos e folhas das árvores, feia e sem nenhum atrativo. Que, às vezes, causa medo e nojo às pessoas que a encontram, se transforma em uma bela, colorida e iluminada borboleta... Um animal que desperta felicidade, alegria nas pessoas. Que chama atenção por suas cores, por seu vôo gracioso...

A lagarta deixa de ser um animal rastejante para se transformar em um animal voador, que pode levar alegria e beleza para diversos lugares. Além, é claro, de levar o pólen em suas patas... Que disseminarão novas e coloridas flores por toda parte.

Realmente, uma grande e belíssima transformação!

Mas, uma transformação difícil! Não é nada fácil para a lagarta se transformar em borboleta!

Quando chega a sua fase adulta... Já cansada da vida, a lagarta cria em torno de si, um casulo. Ela mesma tece os fios desse casulo, fios de seda, e envolve-se nele. E ali fica. Quieta, em um estágio de hibernação, com seu corpo se transformando, se moldando para que torne-se borboleta. Depois desse período, que pode durar de uma semana a um mês, dependendo da espécie, a borboleta está pronta para sair do casulo e alçar seu primeiro vôo.

Mas não pensem que essa saída é fácil! Não pensem que o casulo simplesmente se abre para que ela saia. Não! A saída do casulo é difícil e dolorida para a nova borboleta, que tem de forçar as paredes do casulo para que se rasguem e ela consiga sair. Essa força que a borboleta faz para se livrar do casulo é fundamental para que suas asas sejam perfeitas. Se alguém rasgar o casulo e facilitar sua liberdade, ela terá asas fracas, tortas e mal formadas, que não permitirão seu vôo.

Uma transformação linda... Renovação de vida. Depois de livre do casulo, com suas asas perfeitas, é como se a borboleta renascesse. A lagarta já não mais existe e ela está livre para voar e levar beleza às pessoas.

Assim também somos nós. Simples lagartas no mundo. Mas também temos a chance de nos transformar em agradáveis borboletas.

Cabe a cada um de nós trilharmos nosso caminho de forma a sermos para sempre lagartas, rastejantes e sem brilho... Insignificantes aos olhos dos outros, rastejando pelo mundo, sendo ignorados e, muitas vezes, desprezados. Ou, quem sabe, trilharmos um caminho de paz e beleza, que nos transformará em borboletas iluminadas. Que trarão felicidade e beleza às pessoas à nossa volta.

A inveja, a ignorância, a falta de caráter, mentiras, falsidades, fofocas, farão das pessoas sempre lagartas, presas em suas vidas rastejantes. Ao final, ficarão presas a um casulo escuro e sem vida. Pessoas assim, nunca terão força ou capacidade para se tornarem borboletas.

Algumas pessoas até tentam se tornar borboletas. Formam o casulo, envolvem-se nele e ficam, quietas. Mas ao sair, ao conseguir a liberdade, o máximo que conseguem é se transformar em “assustadoras” e sombrias mariposas. A falta de bons desejos, a escuridão de seus corações, reflete-se em sua transformação. O resultado é uma mariposa, sem cor e sem luz.

Mas, sentimentos bons e puros, a sabedoria, a compreensão, a verdade e a justiça, esses sim, farão de nós lindas e perfeitas borboletas. Renovadas pela felicidade e pela humildade, nos transformaremos e romperemos o casulo, alçando vôos cada vez mais altos. Sempre em busca da perfeição!


Danielle Sgorlon

sexta-feira, 23 de março de 2012

AS BORBOLETAS

 


Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas

Borboletas brancas
São Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhasalegres e francas.

São tão bonitinhas!

E as pretas, então…
Oh, que escuridão!


Vinícius de Moraes


Do livro:

A arca de Noé, Vinícius de Moraes, Livraria José Olympio Editora: 1984; Rio de Janeiro; páginas 58 e 59. 14ª edição

terça-feira, 20 de março de 2012


"Enquanto eu assopro a palma da mão para ver bolhas de sabão fugirem pelo ar,as borboletas que moram em minha alma saem todas para passear."...
"Todas as manhãs eu te invento.
Ponho-te na palma da mão e solto ao vento.
Depois, feito um louco, saio à tua procura.
Muitas vezes eu encontro,
Todas as vezes tu és bolha de sabão.
 Pacientemente, na próxima manhã, eu te invento.
Ponho-te na palma da mão e solto ao vento.

 (Laércio Jose Pereira)

Em degradê

(Ana Jácomo)

Algumas preciosidades morrem baixinho, em degradê. Como morrem as tardes. Como morrem as flores. Como morrem as ondas. Quando a gente percebe, já é noite e o céu, se está disposto a falar, diz estrelas. Quando a gente percebe, as pétalas já descansam o seu sorriso no colo do chão. Quando a gente percebe, o canto da onda já enterneceu a areia. Muitas dádivas que nos encontram, que nos encantam, têm seu tempo de viço, sua hora de recado, e seu momento de transformação em outro jeito de lindeza.

A noite também é bela do jeito dela. As pétalas caídas viram húmus para fertilizar o solo que dirá a vez de outras flores sorrirem. A areia molhada conta a canção da onda e da sua acolhida terna para a nossa vida descalça. Lutar contra a impermanência da cara das coisas é feito tentar prender o azul macio das tardes, segurar o viço risonho das flores, amordaçar as ondas. É inútil.

Costumamos esquecer que não podemos impedir a mudança: tudo dança a coreografia sábia e implacável da impermanência. Mas a música daquilo que verdadeiramente nos toca com amor, não importa o quanto tudo mude - e tudo muda -, não deixa nunca mais de tocar e viver, de algum jeito, no nosso coração.

segunda-feira, 19 de março de 2012


BORBOLETAS - LUCIANA MELO

                                                   

domingo, 18 de março de 2012

 ઇઉ ღ ღ

 




As melhores coisas da vida são de fato as mais leves,
As pequenas e singelas coisas, os mais breves momentos
Ao lado de quem amamos, e de quem nos ama.

A simplicidade de um abraço amigo,
A força de um aconchego do amado
A sutileza de um momento, breve e sultil.

Sentir o gosto da paz,
da esperança e da renovação
de um novo dia que nascerá.

Ai de nós pobres mortais que
não aproveitamos toda a beleza
que o alvorecer nos traz.


ઇઉ
http://asondasleiaby.blogspot.com.br/2011/02/quanto-mim-gosto-da-vida-borboletas-e.html
  

Borboletas e Bolhas de Sabão


"Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão...

Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que, de mim, arrancam lágrimas e canções.

Eu só poderia acreditar em um Deus que soubesse dançar.

E quando vi meu demônio, pareceu-me sério, grave, profundo, solene.

Era o espírito da gravidade. Ele é que faz cair todas as coisas.

Não é com ira, mas com riso que se mata. Coragem!

Vamos matar o espírito da gravidade!

Eu aprendi a andar. Desde então, passei por mim a correr.

Eu aprendi a voar. Desde então, não quero que me empurrem para mudar de lugar.

Agora sou leve, agora vôo, agora vejo por baixo de mim mesmo, agora um Deus dança em mim!"

(Friederich Nietzsche)