"Enquanto eu assopro a palma da mão para ver bolhas de sabão fugirem pelo ar,as borboletas que moram em minha alma saem todas para passear."

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ana Jácomo

"Ás vezes, na tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães, apagamos as luzes. Fechamos as cortinas.Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa.

A encrenca é que ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também das possibilidades de lindas alegrias. Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela se não abrirmos a porta.

Não há como adivinhar, se é isso que nos assusta tanto, é isso também o que nos dá esperança."

  Ana Jácomo


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