"Enquanto eu assopro a palma da mão para ver bolhas de sabão fugirem pelo ar,as borboletas que moram em minha alma saem todas para passear."

sábado, 22 de dezembro de 2012

Saudades

"Saudades não morrem, envelhecem
no peito
nas gavetas
nos baús... nas estantes...
as dores passam, as saudades ficam
no fundo da gente
em algum cantinho escondido
exalando aquele cheiro de musgo verde."

£una

OSHO

"A partir do momento em que uma pessoa é capaz de ser grata tanto pela dor quanto pelo prazer, sem nenhuma distinção, sem nenhuma escolha, apenas sendo grato por aquilo que lhe é dado... Porque se foi dado pela Existência, deve haver uma razão para isso. Podemos gostar ou podemos não gostar, mas deve ser necessário para o nosso crescimento. Tanto o inverno quanto o verão são necessários para o nosso crescimento. Quando essa ideia se houver firmado no coração, então cada momento de vida é um momento de gratidão. Permita que isso seja sua meditação e sua oração: agradeça à Existência por cada momento: pelos risos, pelas lagrimas, por tudo. Então você sentirá um silencio, uma paz, crescendo em seu coração tal como você nunca conheceu antes. "
(Osho)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Roberto Shinyashiki

"Na simplicidade aprendemos que reconhecer um erro não nos diminui, mas nos
engrandece, e que as pessoas não existem para nos admirar, mas para compartilhar conosco a beleza da existência."

 

Organiza o Natal

Carlos Drummond de Andrade


Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.

Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.

Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 52.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Choque de realidade -



( Paulo Roberto Gaefke)
 
"Pare um pouco o que está vivendo e concentre-se na realidade.
Às vezes, vamos carregando situações que não tem mais "o porquê", e aumentamos a carga nas nossas ...
costas de maneira tão infantil.
Por isso, por instantes:

- deixe de amar quem não te ama,
- pare de pensar em quem não pensa em você,
- pare de se preocupar com os outros,
- deixe de lado os que só falam,
- abandone os que só querem o seu
melhor, os sugadores,
- rasgue velhas fotos que não dizem mais nada,
- doe roupas que já não te servem mais,
- elimine os pensamentos negativos da sua história,
- quebre os elementos que te lembrem quem não te deu nada de bom,
- delete velhos e-mails, recadinhos que você guardou e só te fazem mal.
O que nós precisamos é de um bom choque de realidade.
Nos despirmos das fantasias que nós mesmos criamos, e como criamos,
a respeito de outras pessoas que nem sempre respondem como nós queremos.
Abra a casa, deixe ventilar, troque de roupa, tome um banho gelado, um mate quente, "que não faz mal pros dentes", tome uma atitude, pense em você, no que você é agora e no que deseja ser de hoje em diante.
A realidade pode doer um pouco agora, mas com o passar dos dias, o sol, que é maravilhoso, vem e brilha.
A chuva, benevolente, vem e alivia.
As nuvens passam, as dores passam, e tudo mais passa,
só uma coisa fica: você!
Pense nisso."

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Amplexo

(Marcelo Alencar)



Mãe, me dá um amplexo?
A pergunta pega Cinira desprevenida. Antes que possa retrucar, ela nota o dicionário na
mão do filho, que completa o pedido:

- E um ósculo também.
Ainda surpresa, a mulher procura no livro a definição das duas estranhas palavras. E encontra. Mateus quer apenas um abraço e um beijo.

Conversa vai, conversa vem, Cinira finalmente se dá conta de que o garoto, recém-apresentado às classes gramaticais nas aulas de Português, brinca com os sinônimos. "O que vai ser de mim quando esse tiquinho de gente cismar com parônimos, homônimos, heterônimos e pseudônimos?", pensa ela, misturando as estações. "Valha-me, Santo Antônimo!" E emenda:

- Pára com essa bobagem, menino!

- Ah, mãe, o que é que tem? Você nunca chamou cachorro de cão? E casa de residência? E carro de automóvel?

- É verdade, mas...

Mas a verdade é que Cinira não tem uma boa resposta.

- E meu nome é Mateus - continua o rapaz. - Só que você me chama de Matusquela.

- Ei, isso não vale. Matusquela é apelido carinhoso.

- Sei, sei. Tudo bem se eu usar nosocômio e cogitabundo em vez de hospital e pensativo?
E criptobrânquio no lugar de mutabílio?

- Mutabílio? O que é que é isso?

- O mesmo que derotremado, ora. Tá aqui no Aurélio.

Está mesmo. É um bichinho. Mas pouco importa. A mãe questiona a opção do menino por vocábulos incomuns. Mateus sai-se com esta:

- A professora disse que aprender palavras é como ganhar roupas e guardar numa gaveta. Quando a gente precisa delas, tira de lá e usa. Cada uma serve para uma ocasião, por mais esquisita que pareça. Igual à querê-querê roxa que você me deu no último aniversário. Lembra?

Como esquecer? Cinira nem se dá ao trabalho de consultar o dicionário. Sabe que a explicação para essa última provocação está no verbete camiseta.

(http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/amplexo-634320.shtml )

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

PACIÊNCIA

 

Lenine

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não para não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...

A vida não para!...
A vida é tão rara!...

domingo, 2 de dezembro de 2012

Foto: CONTE ATÉ 10.
A raiva passa. A vida fica. Paz. Essa é a atitude.
Acesse http://www.cnmp.gov.br/conteate10

SUPERMERCADO DO CÉU


Há muito tempo... andando pela estrada da vida, um dia, vi um letreiro que anunciava: "Supermercado do Céu". Aproximei-me... Chegando perto, uma porta se abriu. Sem me dar conta, lá estava eu, dentro, de pé. Vi um exér...
cito de anjos por toda parte. Um me deu uma cesta e disse: Meu filho, faça bem as sua compras, e o que não puder carregar, pode vir buscar outro dia . Eu não perdi tempo e comecei a circular pelo supermercado. Tudo que um filho de Deus necessita estava ali, naquele supermercado. Comece a andar e olhar as prateleiras... primeiro, peguei comprei a
PACIÊNCIA... ainda na mesma seção estava a
CARIDADE. Mais a frente, havia
COMPREENSÃO, peguei um pacote, mas resolvi pegar mais porque a gente sempre precisa dela no nosso dia a dia. Comprei também uma caixa de
SABEDORIA... duas de
ESPERANÇA e três de FÉ, o PERDÃO era gratuita e acabei pegando bastante, a gente sempre precisa muito dele. Continuei andando e vi uma luz vindo do alto das prateleiras, parei... detive-me a contemplá-la.
Era o ESPÍRITO SANTO, Ele enchia tudo de luz. Com minha cesta quase cheia, dirigi-me ao caixa para pagar a conta. Já tinha o necessário para ser feliz e andar pelo caminho do bem. Enquanto passava pelos corredores,
vi a ORAÇÃO... imediatamente coloquei na cesta, pois sabia que lá fora iria encontrar dificuldades e certamente precisaria dela. Chegando minha vez no caixa, um anjo passou todas as minhas mercadorias e eu perguntei: quanto devo? o anjo olhou pra mim, sorriu e falou: meu filho, Jesus pagou a sua conta há muito quando foi crucificado. Faça bom uso de suas compras e ele estará sempre do seu lado sorrindo para você....
VÁ EM PAZ e VOLTE SEMPRE !!!
(Desconheço a autoria)
(http://amigasdaedu.blogspot.com.br/2009/12/supermercado-do-ceu-linda-mensagem.html)
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